Funprev mostra dados e projeções para a manutenção do equilíbrio do sistema de aposentadoria do servidor
Nº 657 12/03/2020
Em audiência pública realizada na Câmara Municipal nesta quinta-feira, 12/03, a Funprev (Fundação de Previdência dos servidores Públicos Municipais Efetivos de Bauru), apresentou o resultado oficial do cálculo atuarial relativo ao ano de 2019. A audiência foi aberta pelo presidente da Funprev, Gilson Gimenes Campos, e a exposição ficou a cargo do atuário Luiz Cláudio Kogut, representante da empresa Actuarial Assessoria e Consultoria Atuarial Ltda, que presta assessoria à Funprev há 14 anos. Estiveram presentes os vereadores Benedito Roberto Meira, Manoel Losila e Edvaldo Minhano, além do secretário municipal de Finanças, Everson Demarchi e representantes da Secretaria Municipal da Administração, Conselhos Curador e Fiscal da Funprev, e Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sinserm).
As regras para determinação do cálculo atuarial são estabelecidas pelo Governo Federal, através da Secretaria Nacional da Previdência, do Ministério da Economia. O cálculo atuarial leva em consideração vários itens como receita e despesas futuras estimadas, tábuas biométricas (expectativa de vida), crescimento real de remuneração, taxa de juros e desconto atuarial, geração futura, regimes financeiros e compensação financeira (efetiva e estimada) para os benefícios concedidos, estatística de servidores ativos, projeção de inativos, despesas anuais com benefícios, entre outros, chegando a um balanço atuarial que pode apontar déficit ou superavit atuarial.
O objetivo do cálculo atuarial é projetar a situação e mostrar o montante de recursos necessários para equilibrar entradas e saídas de recursos garantindo a liquidez do sistema. Quando o estudo aponta a necessidade de aporte, define-se como déficit atuarial e não déficit financeiro. O cálculo atuarial é o estudo que determina o volume de recursos necessários para garantir a liquidez do Regime Próprio de Previdência Social, ou seja, as aposentadorias dos participantes/beneficiários, no caso os servidores públicos municipais, a longo prazo. Esses recursos são oriundos dos repasses realizados pelo órgão empregador (Prefeitura Municipal, DAE e Câmara Municipal), à Funprev. São os 11% descontados mensalmente dos servidores e a cota patronal (22%), que é percentual que cabe ao empregador. Os recursos também são oriundos dos aportes que o órgão empregador faz à Fundação. A Funprev é a responsável pela gestão desses recursos para garantir o pagamento das aposentadorias dos seus beneficiários.
O cálculo referente a 2019 já considera a necessidade de alteração das alíquotas previdenciárias, situação imposta pela promulgação da EC – Emenda Constitucional 103, que traz as novas regras com a reforma da previdência realizada pelo Governo Federal. A legislação federal impõe a revisão das alíquotas, seja de forma progressiva ou linear, tanto no Regime Geral de Previdência Social (RGPS), quanto nos Regimes Próprios (RPPS), como é o caso da Funprev, e estabelece os critérios para tanto. E é o cálculo atuarial que indica as adequações necessárias e possíveis para cada RPPS, nas três esferas de governo (federal, estadual ou municipal).
Já aplicando a EC, apesar do superavit financeiro em 2019, quando os rendimentos das aplicações registraram ganhos de 15,57% ante uma meta atuarial de 10,59%, o balanço atuarial aponta um déficit atuarial de quase R$ 110 milhões, mas que no momento não necessita de novo aporte financeiro por parte da Prefeitura porque projeta aumento da receita futura devido à alteração da alíquota de desconto previdenciário. A Funprev fechou 2019 com um saldo na carteira de investimentos de R$ 601.757.165,89.
Durante a explanação, o atuário apontou como impactos positivos no resultado do cálculo atuarial o ingresso de 610 novos servidores no sistema, em 2019, e a rentabilidade de 15,59% no exercício, ante a meta de 10,59% estabelecida pelo governo federal; e como impactos negativos, a alteração da tábua de mortalidade (impacto de R$ 35 milhões), a redução da taxa de 6% para 5,85% ao ano (impacto R$ 65 milhões), e as variações nas remunerações.
Em relação à alíquota previdenciária, que vem gerando muitas dúvidas junto aos servidores, no caso específico de Bauru, o cálculo atuarial mostra que pelas peculiaridades do sistema local, onde a média salarial é de pouco mais de R$ 3 mil e a grande maioria recebe bem abaixo do teto estabelecido no Regime Geral (perto de R$ 6 mil), se o município adotar a alíquota progressiva, haverá déficit atuarial e financeiro em um curto espaço de tempo, o que pode comprometer o sistema de aposentadoria dos servidores municipais. Diferente da situação em nível federal, onde a média salarial do servidor da União é cinco vezes maior que a do município. Nessa situação de altos salários, o cálculo atuarial do servidor federal indicou a alíquota progressiva a mais adequada para a segurança do sistema federal.
E conforme estabelece a Emenda Constitucional, quando o ente for aplicar a tarifa linear (caso mais adequado para o servidor municipal de Bauru), o mínimo tem que ser de 14%. Daí a realidade da minuta de projeto de lei que a Funprev vai encaminhar ao prefeito para que seja discutido na Câmara Municipal. A definição tem que ser estabelecida em lei municipal, que conforme estabelece a Emenda Constitucional, deve ser aprovada até 31 de julho de 2020.
Em Bauru, em razão de situações ocorridas em gestões passadas, o município já realiza um aporte à Funprev, com base em lei municipal específica para isso, de cerca de R$ 20 milhões/ano. Esse aporte vai acontecer até 2027 e sofre correção anualmente. A partir de janeiro de 2019, a Prefeitura passou a fazer um novo aporte, devido aos dados apurados em 2017, parcelamento que segue até 2046.
E ainda conforme estabelece legislação federal, se o município não estiver em dia com as contribuições previdenciárias, e isso inclui os aportes que porventura sejam necessários, fica suspenso o CRP, Certificado de Regularidade Previdenciária, emitido pela União, necessário para a liberação de recursos federais aos municípios, ou seja, a ausência do CRP impede o repasse de recursos federais para os municípios. Devido à situação regular, a Funprev Bauru teve o CRP renovado no mês passado, com validade até agosto.
Confira os horários de funcionamento da Funprev no fim...
Em razão das festividades de final de ano,...
Comitê de Investimentos realiza sua última reunião do ano...
Nesta quinta-feira (19), os membros do Comitê de...
Comitê de investimentos se reúne com instituições financeiras para...
Na última quinta-feira (12), os membros do Comitê...
Conselho fiscal analisa processos e aprova balancetes...
Os membros do Conselho Fiscal da Fundação de...
Conselho Curador discute investimentos e meta atuarial...
Na última terça-feira (10), o Conselho Curador da...
Funprev conclui cursos de qualificação para os conselheiros...
Nesta quarta-feira (11), a Fundação de Previdência dos...
Funprev inicia cursos de qualificação para os conselheiros...
Nesta segunda-feira (9), a Fundação de Previdência dos...
Comitê de investimentos se reúne para análise processos...
Nesta quinta-feira (5), os membros do Comitê de...
Funprev realiza cursos de qualificação para novos Conselheiros...
A Fundação de Previdência dos Servidores Públicos Municipais...
Funprev destaca a importância da acessibilidade no Dia Internacional...
O Dia Internacional das Pessoas com Deficiência foi...